quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um novo começo#7: E se tudo desse em nada?

                                 

Digamos, você está de frente com o diretor do seu colégio e seu pai, que está por telefone -mas não faz muita diferença na situação de Bruno-. Seu diretor está mais calmo que um morto e seu pai está quase berrando -mesmo por telefone- e você não pode fazer nada porque sente que se falar algo vai piorar a situação.




O que acontece é o seguinte: Seu pai está furioso com seu diretor porque você só pode entrar no time -do seu amado esporte- do colégio depois de um ano matriculado, sendo que você está no último ano do colegial. Muitas pessoas não veriam problema nenhum nisso, mas não o pai de Bruno. O pai dele -que até onde se sabe- é mais rico que metade das pessoas, mas mesmo assim não é solução para o tanto de horas e dinheiro gastados e jogados fora de uma pra outra com Bruno e o queridíssimo futebol. 

-... Olha, sabe o tanto de dinheiro que eu já gastei com ele por conta desse esporte?! ...- gritava o pai de Bruno do outro lado, provavelmente tentando esganar o diretor e o colégio telepaticamente.

-Eu nem faço ideia, senhor... -o diretor estava desconfortável com a situação- Mas eu não posso fazer nada, é regra do colégio.- respondeu o diretor, sério, olhando para o telefone. 

-... Então mude as regras ! ...- berrou denovo o pai de Bruno, que estava falando tão rápido que era um pouco difícil saber o que era exatamente.

-Olha... Eu não posso. É tradição do colégio. Eu não posso muda-la só por causa de um aluno ou sem muitas razões...- falou o diretor.

- SEM MUITAS RAZÕES?!...- Mesmo de longe, Bruno e o diretor sentiam a pressão do momento no pai de Bruno.

-Pai, calma, você tá berrando.- falou Bruno, bem baixinho, mas o suficiente para ser ouvido do telefone, sem a mínima vontade de se envolver.

-Bruno!...- ele o convenceu a se acalmar, o que era bom. O pai respirou fundo, se acalmou e voltou a falar- Olha, vocês deram a bolsa a meu filho por causa de seu desempenho no jogo, certo?

-Sim, mas não vimos esse erro- o diretor tentou explicar, mas foi cortado, o que o deixou um pouco bravo.

-Mas este erro não foi meu, e sim, do colégio!- afirmou firmemente o pai.

-Mas...- tentou o diretor.

-O mínimo que vocês podem fazer é, pelo menos, deixa-lo fazer um teste- o diretor foi cortado novamente, e dessa vez apertou a boca com os dedos e olhou para longe, para uma janela que tinha atrás da sua, de costas para Bruno, nervoso.

-Bem -bufou bem baixinho o diretor- é racional, e entendo sua posição. Vou verificar o sistema, e ver se consigo fazer o teste. Só isso que posso fazer, por enquanto.

-Aceito- falou rápido Bruno, para que o pai não fizesse mais nenhuma reclamação.

-Bruno!- gritou o pai, não muito forte- Olha, tudo bem. Agora eu preciso desligar, tenho que cuidar de outros assuntos.

Bip, bip, bip, o telefone foi desligado do outro lado. O clima ficou pesado no ar entre Bruno e o diretor, o último de costas para o outro. Isso durou algum tempo.

-Por favor, saia e vá para sua sala de aula.- Bruno tinha sido chamado durante o período da segunda aula.

-Me desculpe pelo meu pai.- falou rápido. 

Pegou seus materiais -emprestados de Patrick, que afinal das contas era um gênio e que quase nunca rabiscava seus livros. 1x0 Bruno, seria péssimo se as pessoas da escola descobrissem isso, ia estragar a reputação dele-, saiu, ainda envergonhado e foi para sua sala.

***

Uma semana depois, Katy estava sentada na arquibancada ao ar livre de um campo do colégio. Patrick também estava lá -dormindo, mas conta mesmo assim-. Ela estava vendo -ou tentando ver- o teste de Bruno para entrar na seleção, mas não entendia nada, principalmente o objetivo do . 

Seu tio sempre ficava vendo jogos de futebol americano quando ela ia na sua casa, e isso desde que ela era bem pequena, mas ela nunca nem entendeu um fundamento do jogo. Era mais fácil fazer um peixe viver fora d'água.

O teste já tinha acabado, ela continuava sem entender nada, mas aí Bruno tirou o capacete e foi para as arquibancadas e ficou olhando para baixo. Patrick acordou nessa hora e correu até ele com Katy atrás.

-Meu pai vai me matar, meu pai vai me matar...- murmurava Bruno, repetidamente.

-O que houve?- pergunto Katy, preocupada.

Sem respostas vindas de Bruno, mas só bastava olhar para ele desse jeito para entender que ele não havia passado no teste.

-Ai, coitado do diretor. Eu aposto que seu pai vai empalhar a cabeça dele e colocar de decoração na sala de estar se ele estiver assim tão bravo -ironizou Patrick.

-Patrick!- desaprovou Katy, sentando ao lado de Bruno.

-Como você consegue falar isso?!- chorou Bruno- Eu nem deveria ter te contado sobre a "reunião".

-Calma cara, o diretor vai primeiro, depois você vira tapete- afirmou Patrick.

Continua...

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